Carmen da Silva, uma rio-grandina precursora do feminismo brasileiro.

Biografia

Carmen da Silva morre muito jovem para todos nós. Pra onde quer que ela esteja indo, o pessoal de lá que se cuide, porque ela vai balançar o coreto.

Marina Colasanti, escritora (em 29/04/1985).

 

Carmen da Silva nasceu em 31 de dezembro de 1919, na cidade do Rio Grande, Rio Grande do Sul, na Rua Conselheiro Pinto Lima, nº 51, e morreu no Rio de Janeiro, em 29 de abril de 1985.

Casa onde nasceu e viveu Carmen da Silva, rua Conselheiro Pinto Lima, 51. João Paulo Fotógrafo.

Casa onde nasceu e viveu Carmen da Silva, rua Conselheiro Pinto Lima, 51.
Foto de João Paulo Ceglinski

Avós maternos: Idalina Pereira e Victor Daniel (alsaciano, que emigrou da Europa para o Brasil em 1861).

Avós paternos: Narcisa Lopes (uruguaia) e Pio Ângelo da Silva, médico brasileiro diplomado em Paris. Foi o médico de cabeceira do Comendador Domingos Faustino Correa, viúvo e  muito rico, que lhe ofertou uma estância em retribuição aos cuidados gratuitos que dispensou a ele e à sua mulher. Foi ele quem deu o nome ao Largo Dr. Pio, em frente à Catedral de Rio Grande.

Pais: Celina Daniel da Silva (nascida em 1885, falecida em 1941) e Pio Ângelo da Silva, médico diplomado em Filadélfia, pela Universidade da Pensilvânia (nascido em 1878, falecido em 1925).

Irmãos: Celina, Maria Pia, Maria Isabel e Pio Ângelo. Em seu livro, Carmen da Silva. O feminismo na Imprensa Brasileira, Ana Rita Fonteles Duarte surpreende-se pelo fato de que só a irmã Maria Pia seja citada na obra Histórias híbridas de uma senhora de respeito (1984). As outras duas, Celina e Maria Isabel, ambas casadas, moraram muito pouco tempo com ela, seus maridos trabalhavam em empresas que os transferiam por todo o Brasil. Além de Lucy Montaño e de Alice Barreto del Fresno, havia mais três sobrinhas, uma já falecida; as outras duas só vieram a conhecer Carmen quando ela proferiu palestra em Santa Maria – RS, onde moravam. Não há notícia de contato posterior.

 

Trabalho

Colégio Santa Joana D'Arc. João Paulo Fotógrafo.

Colégio Santa Joana D'Arc. Foto de João Paulo Ceglinski

Carmen formou-se professora primária no Colégio Santa Joana D’Arc, dirigido por freiras francesas. Trabalhou desde cedo na Companhia de Petróleo Ipiranga, dos 18 até os 25 anos (1944). Nessa época publicou, de forma eventual, alguns artigos em jornais locais, mas se ressentia da falta de críticas sobre o que escrevia. No trabalho, simplificou ainda mais a escrita, adotando um método próprio, a taquigrafia, que utilizava para redigir.

A partir de agosto de 1944, Carmen rompe os últimos elos com a “Carmenzinha-do-Rio-Grande”, segundo ela (Historias híbridas..., p.108), passando a trabalhar em Montevidéu, no Escritório Comercial do Brasil, e também em uma organização internacional, onde traduzia e participava do Comitê para a Defesa Política do Continente. Após algum tempo é admitida no escritório de uma firma francesa.

Em 1949 transfere-se de Montevidéu para Buenos Aires, onde passa a residir na Avenida Córdoba. Faz formação psicanalítica com Jorge Weil, depois com Diego Garcia Reinoso, circulando entre o grupo da Associação Psicanalítica, da Sociedade Argentina de Escritores (SADE) e entre intelectuais latino-americanos, grupos onde a opressão à mulher era mais disfarçada, é o que pensa retrospectivamente, pois à época não lhe ocorrera tal constatação.

Transformou-se em ágil mulher de negócios internacionais, atuando na área financeira com frequentes viagens a São Paulo. Foi René, responsável pela empresa francesa onde ela trabalhava, quem lhe ofereceu o livro O segundo sexo, de Simone de Beauvoir. 

A franqueza da linguagem e o lado picante e divertido da autora francesa a atraíam. Só muito mais tarde é que descobriu sua verdadeira importância, depois de ler A convidadaOs mandarins, encantando-se então com a extraordinária capacidade de comunicação de Beauvoir.

Por essa época escreveu e publicou artigos e contos para revistas e jornais, especialmente para La Gaceta de Tucumán, um dos mais antigos jornais da Argentina, e para a revista Leoplan, há muito desaparecida, para Damas y DamitasAtlântida El Hogar, revistas femininas famosas.

Em 1955 escreveu Setiembre, publicado em 1957, graças à intermediação da filósofa catalã Natividad Massanés, que leu os originais e apresentou a escritora ao editor da Goyanarte, Guillermo de Torre (um dos fundadores do movimento dadaísta). Na Argentina, em 1958, recebeu a faixa de Honra da SADE (Sociedad Argentina de Escritores). Quando leu a primeira crítica dos jornais argentinos, pensou: “Enfim eu conquistei o direito ao meu próprio nome, Carmen da Silva”. Dezesseis anos mais tarde, em 1973, Setiembre foi traduzido e publicado no Brasil com o título de Fuga em setembro, pela Editora Eldorado.

Viveu então um período depressivo na fase analítica, manifestando problemas pessoais por ter rompido a relação amorosa que mantinha com René. Foi trabalhar na Embaixada do Brasil como secretária do adido militar, o que não a habilitava, entretanto, aos privilégios diplomáticos. A psicanálise, os acontecimentos político-sociais e as amizades a rodeiam: escritores Elvira Orphée, Glória Alcorta, Augusto Roa Bastos, Hermes Villordo, Juan José Hernandez, Syria Poletti, Susana Thenon, Tereza Leturia, Tereza Ramonet, o poeta Jorge Calvetti, a psicanalista Isabel Luzuriaga, o escultor Ricardo Bastid a cercavam durante a crise existencial ocorrida em 1960, no apartamento da Calle Montevideo. Nesse momento Carmen da Silva chegou à conclusão de que tudo o que pensara, programara para seu mundo estava errado em sua base. Jogou fora os velhos esquemas e reformulou sua vida a partir do zero. Nesse ponto compreendera que o ser plural não era um sentimento passageiro, era uma escolha de vida, uma exigência ética, um destino inescapável. Contou seus sentimentos a seu psicanalista Diego Garcia Reinoso, que comentou com um sorriso: “Eu sabia que um dia essa cabeça dura iria chegar lá”.

Em 1962 a condição de estrangeira, depois de 13 anos em Buenos Aires, começa a pesar em sua vida. Era proibida de assinar manifestos, de participar em passeatas e, nos dias de eleição, ressentia a mágoa da exclusão. Embora levasse entre jornalistas e escritores uma vida agradável, teve sempre o sentimento de que era uma vida irreal. Nessa crise concluiu que estava na hora de escolher entre a nacionalidade argentina ou a brasileira e fez a opção pelo Brasil.

 

Retorno ao Brasil (1962-1985)

Em 1962 Carmen passa a residir na Rua Raul Pompéia, em Copacabana. Registra-se como eleitora no Estado da Guanabara e vota nas eleições de outubro de 1965, janeiro de 1966, novembro de 1970 e 1976, novembro de 1978 e de 1982.

Em 1963 a Editora Abril procurava uma correspondente para a revista Claudia. Carmen candidatou-se ao cargo e foi aceita, apresentando-se ao Diretor de Publicação, Luís Carta, depois de juntar seu currículo com cópias de artigos, contos e crônicas de sua autoria. Estreia na revista assumindo o espaço “A arte de ser mulher”, com o artigo “A protagonista”. Manteve desde então na revista a seção “Carmen da Silva responde”, por intermédio da qual lhe chegava uma avalanche de 400 a 500 cartas mensais, escritas em todos os tons: desesperadas, com insultos, apelos, pedidos de clemência... Nas respostas procurava levar suas consulentes a rever suas posições e a buscar os próprios caminhos. Percebeu que ao aceitar esse encargo deveria guardar precauções, evitando mostrar-se radical. Escolheu incentivar as mulheres a trabalhar, encorajando-as a se assumirem enquanto pessoas, a defenderem sua autonomia. Levou oito anos para introduzir a palavra “feminismo” em um artigo, nunca perdendo de vista que escrevia para uma clientela da classe média em ascensão. Incontestavelmente, dizia em entrevista, havia um hiato entre o conteúdo da revista e suas ideias. Todas essas cartas trocadas foram incineradas após a sua morte por Maria Pia (sua irmã), conforme desejo da autora, pois as considerava cartas pessoais, logo não poderiam ser divulgadas. Permaneceu durante 21 anos ocupando esse espaço na revista. Três anos depois de ter iniciado na Claudia, reuniu os artigos ali publicados no livro intitulado A arte de ser mulher, publicado pela Civilização Brasileira, 1ª edição em 1966, 2ª em 1967, 3ª em 1968 e 4ª edição em 1969.

Em 1964 Carmen da Silva publicou Sangue sem dono, também pela Civilização Brasileira, livro traduzido para o espanhol pelo poeta e seu amigo Juan José Hernandez, com o título Sangre sin dueño (1965).

Em 1967, durante conferência em Goiânia, um bando de maridos indignados com seus posicionamentos (ela lotava salas de norte a sul do Brasil) ameaçou agredi-la (conforme artigo de seu conterrâneo, o escritor Renato Modernell, publicado em Claudia, outubro de 1990). Decide então tirar licença permanente de porte de armas, no Serviço de Armas, Munições e Explosivos.

Muda-se do Rio para Niterói com seu companheiro Cláudio Lopes da Silva, inicialmente para o bairro Charitas, e depois para um apartamento próprio situado à Rua Quintino Bocaiúva, bairro de São Francisco. Em 1968 publica, mais uma vez pela Civilização Brasileira, O homem e a mulher no mundo moderno, segunda edição em 1971.

Em 1975 Carmen pronuncia a conferência de abertura da “Semana de Pesquisa Sobre o Papel e o Comportamento da Mulher Brasileira” na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), solenidade marco do feminismo contemporâneo no Brasil. Desde então, até a sua morte, conviveu intensamente com as feministas, participando de todas as manifestações, passeatas, redação de documentos e outras atividades do Movimento Feminista.

Em 1977 a editora Des Femmes, de Paris, publicou o livro denominado Brasileiras, que contém entrevistas com mulheres brasileiras, coordenado por Maryvonne Lapouge e Clélia Pisa, no qual está incluída uma entrevista com Carmen da Silva, páginas 47 a 56.

Em 1979/1980, Carmen rompe com Cláudio Lopes da Silva e volta a residir no Rio de Janeiro, inicialmente na rua Dias da Rocha, mais tarde na rua 5 de Julho.

Em 1981 a Fundação Carlos Chagas convida a escritora para integrar o Conselho Editorial do jornal bimensal Mulherio. Carmen também assina o texto de apresentação do primeiro número de Abracadabra.

Ainda em outubro de 1981, no aniversario de 20 anos da revista Claudia, o escritor Ignácio de Loyola Brandão exalta o trabalho da escritora com o artigo “A arte de ser Carmen”. No mesmo exemplar ela rememora em artigo a evolução do seu trabalho na revista desde 1963.

Nesse mesmo ano a Editora Abril fornece-lhe carteira de identidade profissional com o cargo de Redatora Editorial. Ela também redige o prefácio do livro O espelho de Vênus, do Grupo Ceres da Editora Brasiliense, Rio de Janeiro.

Em 1983, Carmen da Silva participa da passeata de 8 de março pelas ruas do centro do Rio, fantasiada de Rainha do Lar, usando avental, colher de pau, balde, com faixa e coroa, demonstrando irreverência e criticando o machismo. A faixa e a coroa foram confeccionadas por Hildete Pereira. Estavam sob a guarda da defensora pública Rosane Reis desde julho de 2010. A partir de 2012 estiveram sob a guarda de Nubia Hanciau, professora titular na Universidade Federal do Rio Grande, responsável desde 2001 pelo projeto intitulado “Carmen da Silva, uma rio-grandina precursora do feminismo”. Tendo orientado trabalhos de iniciação científica e dissertações de mestrado a respeito da obra ficcional de Carmen da Silva, a professora é responsável pela organização e catalogação dos recortes pessoais da escritora a respeito de sua obra, e também por parte do acervo, legado por Maria Pia Barreto, material que inserido neste site, disponibilizado para consultas.

Em 1984, pela Editora Brasiliense, Carmen publica sua autobiografia, Histórias híbridas de uma senhora de respeito. É ainda nesse mesmo ano que participa da passeata de 8 de março fantasiada de Estátua da Liberdade.

Em abril de 1985, durante conferência sobre jornalismo e feminismo realizada no auditório do SENAC, em Resende-RJ, ela dizia: "A discussão sobre a mulher ampliou-se: hoje ela interessa também aos homens, aos inteligentes, é claro". Carmen da Silva manifestava a alegria de saber que a mulher brasileira havia mudado. Durante essa conferência, sentiu-se mal e veio a falecer alguns dias depois, em 29 de abril. O jornal O Globo assim noticiou em seu obituário: “Carmen da Silva, jornalista, escritora e feminista, faleceu no Hospital da Companhia Siderúrgica Nacional, em Volta Redonda, onde fora internada sexta-feira com aneurisma na aorta abdominal, aos 65 anos”.

Alguns dias mais tarde, no Jornal do Brasil (05/05/1985), o escritor Affonso Romano de Sant’Anna, em coluna intitulada “Carmen, sua vida valeu!”, pergunta por onde andaram os jornais, televisões e fotógrafos que perderam a oportunidade de mostrar uma das cenas mais raras e comovedoras dos últimos dias. Eis o texto do autor:

“O caixão com o corpo de Carmen da Silva – líder feminista – segue pelas alamedas do cemitério São João Batista. Mas não são os coveiros que o transportam. Não são os homens que o carregam. São mulheres. As feministas, unidas, seguram as alças do esquife e vão se revezando no trajeto. Carregar um corpo morto não é só tarefa de homem forte. Carregar o corpo da amiga é ritual fraterno daquelas que conviveram alegremente com o corpo vivo de Carmen. Aquele caixão que segue amparado pelas mulheres, mais que um objeto, é a incorporação de um símbolo. Por isso, uma das companheiras de Carmen teve um gesto inventivo, bonito. Fez uma bandeira de cetim cor-de-rosa onde o símbolo feminista surgia em purpurina azul. Uma brincadeira ou fantasia respeitosa. E quando o caixão baixava à sepultura, em tom de chamada, alguém gritou: ‘Carmen da Silva!’, todas as mulheres uníssonas responderam: ‘presente’. O caixão baixava e uma delas ainda falou: ‘Carmen, sua vida valeu!’”.

A deputada estadual Lucia Arruda aprovou “Moção de pesar” pelo falecimento de Carmen na sala de sessões em 30/04/1985, publicada no Diário Oficial Legislativo do Rio de Janeiro de 02/05/1985.

No mesmo ano, em 03/07/1985, a Prefeitura de São Paulo, tendo na ocasião como prefeito Mário Covas, determinou que a escola localizada na Rua Júlio de Oliveira, no bairro de Perus, fosse designada Escola Municipal de Educação Infantil Carmen da Silva, gesto que muito emocionou Maria Pia, sua irmã, porque a educação foi um dos pontos fundamentais da luta travada por Carmen da Silva a favor de uma sociedade melhor e mais equilibrada.

Em 1986, a revista chilena Mujer/Frempress, coordenada por Maria José de Lima, exibe em seu primeiro exemplar com artigos traduzidos do espanhol para o português. E na cobertura vê-se Carmen fantasiada de Estátua da Liberdade (foto de Eunice Gutman).

Ainda em 1986, a deputada estadual Lucia Arruda e sua equipe homenageiam Carmen da Silva na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro com o título de Cidadã Benemérita do Rio de Janeiro post-mortem.

Em 1987, a revista Impressões: Feminismo e Cultura, da Rede de Artes e Literatura Feminista (n. 0, dez. 1987) presta homenagem a Carmen com o artigo intitulado “Lembrando Carmen da Silva. In Memoriam co-fundadora: presente”, redigido por Danda Prado em nome de todas as mulheres da revista.

Em 1988 foi instalado, por solicitação do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres – CEDIM, presidido por Branca Moreira Alves, o “Centro Carmen da Silva de Informação e Pesquisa Sobre a Mulher” na Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro (Jornal do Brasil30/04/1988).

Em 05 de maio de 1989, a sobrinha Alice Del Fresno e a amiga Maria José de Lima transladam os restos mortais de Carmen da Silva do Cemitério São João Batista para o Portal da Ressurreição na Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, Núcleo 1-8-16 – Rua Hilário de Gouveia, 36 (vide Galeria de fotos pessoais).

Em 1992 realizou-se o “Ciclo de Estudos Carmen da Silva. Vida e Obra”, na Casa de Cultura Laura Alvim (CCLA) – RJ, entre 11/05 e 13/07. O Ciclo foi o resultado da parceria entre a Rede de Artes e Literatura Feminista – REALFE, organizado e coordenado por Danda Prado, a Casa de Cultura Laura Alvim e a Editora Abril, representada por Célia Pardi, diretora da revista Claudia. Projeto de Danda Prado, Maria José de Lima e Célia Resende, produzido por Ângela Arruda, Maria José de Lima, Tereza Borges e Célia Resende. Foram conferencistas: Danda Prado, Hildete Pereira, Nélida Piñon, Moema Toscano, Edna Savaget, Célia Pardi, Ângela Ziraldo, Isabel Vieira, Ângela Borba, Fúlvia Rosemberg, Mariska Ribeiro, Luis de Lima, Maria Lucia Vidal, Fernando Gabeira, Comba Marques Porto, Maria Luiza Heilborn, Leila Linhares, Maria Aparecida Rodrigues Delfino, Branca Moreira Alves, Tânia Coelho dos Santos, Célia Resende, Maria José de Lima e Ângela Arruda.

Foi prestada homenagem a Carmen da Silva pelas deputadas Rose Souza, Heloneida Studart e Lúcia Souto, que apresentaram e defenderam o projeto de lei 1133/92 na ALERJ, que atribui o nome Carmen da Silva ao CIEP Brizolão 377, situado na Avenida das Mulheres, Belford Roxo, RJ.

Em 2000 foi incluído no Dicionário de Mulheres do Brasil, Ed. Zahar, o verbete Carmen da Silva, páginas 131, 132, e sua foto, página 139.

Em 2005 a professora de história Ana Rita Fonteles Duarte, Universidade Federal do Ceará, publica o livro Carmen da Silva: o feminismo na imprensa brasileira, pela Expressão Gráfica Editora, de Fortaleza.

Em 2010 a Câmara de Vereadores de Niterói aprova a “Moção de Louvor e Reconhecimento” número 558/2010, em memória da jornalista Carmen da Silva, apresentada pelo vereador Felipe dos Santos Peixoto.

Em 2011, na Claudia de fevereiro, a Presidente Dilma Rousseff declara a Cynthia Greiner: “Me lembro quando estava no movimento estudantil e coordenei várias palestras de Carmen da Silva, que nos anos 1960 publicava artigos memoráveis na revista. Tudo começou com Carmen, uma inspiração para a autonomia e independência da mulher. Nossa geração deve muito a ela”.

Em 30/03/2011 realizou-se no auditório do Museu de Arte Contemporânea de Niterói o ato de entrega da “Moção de Louvor e Reconhecimento” à jornalista Carmen da Silva, recebida por seu sobrinho-neto Carlos Eduardo Montaño.

Nas comemorações dos 50 anos da revista Claudia (mar. 2011, p. 142-145), foi publicado o artigo “Carmen é que era mulher de verdade”, de autoria de Ana Rita Fonteles Duarte.

Em 3/12/2012 Carmen da Silva foi homenageada pela Prefeitura Municipal de Goiânia. Seu nome foi colocado na Sala da Imprensa da Secretaria, dirigida pela advogada Teresa Cristina Nascimento Souza, integrante da equipe nacional da revista Mujer/Fempress.

 

Nota: Esta biobibliografia in progress foi apresentada originalmente em 1992, durante o Ciclo de Estudos Carmen da Silva, vida e obra, realizado no Rio de Janeiro, na Casa de Cultura Laura Alvim. O tema da mesa em que Maria José de Lima a apresentou intitulou-se “Pesquisa, roteiro e linguagem cinematográfica para o longa-metragem sobre Carmen da Silva”. Além de Maria José, para quem “não se pode julgar Carmen nos padrões do que se aceita por normal. Ela era uma artista criadora, pessoa excepcional que transcendia todos os padrões de sua época e até hoje”. Participaram da mesa Célia Resende, cineasta e videomaker, produtora do vídeo “Nélida Piñon narra Carmen da Silva” – cuja estreia ocorreu na abertura do Ciclo –, e Ângela Arruda, psicóloga social. Este texto foi atualizado em 2011, com a colaboração de Alice Barreto del Fresno, sobrinha de Carmen da Silva, filha do historiador Abeillard Barreto, que faleceu em 2021, em Buenos Aires. Deve-se a ela acréscimos ao texto de Maria José e algumas novas considerações (vide Depoimentos). O texto foi adaptado posteriormente por Nubia Hanciau, que o revisou com João Reguffe (revisor da Editora da FURG), servindo-se ainda das seguintes fontes de consulta: "Carmen da Silva, uma feminista". Jornal do Brasil (29/04/1985); "O legado de Carmen, a Pioneira" (Marta Suplicy). Folha de São Paulo (09/05/1985); "O feminismo está de luto por Carmen da Silva". Folha da Tarde (30/04/1985).